Piloto da Toyota Gazoo Racing Caetano Portugal considera a nova Hilux T1+
“muito diferente da versão anterior” e espera que “os organizadores das provas evoluam com percursos adequados a estes novos carros”
A dupla João Ramos/Pedro Ré e a nova Toyota Hilux T1+ tiveram uma estreia auspiciosa no Campeonato Nacional de Todo-o-Terreno AM|48 (CPTT), ao dominarem em absoluto a Baja TT Montes Alentejanos ESC Online, desde o prólogo aos dois setores seletivos, iniciando a temporada com o pé direito. “Não ambicionava ganhar, atendendo a que tanto o carro como o navegador eram novos e, portanto, havia muito para descobrir, mas o certo é que acabei por terminar a prova no lugar mais alto do pódio. Foi uma excelente vitória, arrecadando o máximo de pontos por vencer todos os setores seletivos. Em suma, tanto a minha equipa [Toyota Gazoo Racing Caetano Portugal] como a Overdrive e ainda a equipa do Benediktas Vanagas, o piloto que me emprestou a Hilux T1+, retiraram muitas ilações do trabalho que temos pela frente de modo a adaptá-la às diferentes condições de terreno das próximas provas”, sublinhou João Ramos.
Visivelmente feliz, o piloto da Toyota Gazoo Racing Caetano Portugal lembrou que por não ter um conhecimento profundo desta nova versão da Hilux imprimiu um ritmo rápido… mas seguro, para melhor a compreender. “É, de facto, muito diferente e mais difícil de conduzir, porque transporta uma massa maior de um lado para o outro, um efeito de rooling, pelo seu curso de suspensão e rodas de maior dimensão”, acrescentou o piloto vencedor da Baja TT Monte Alentejanos que nos dois dias anteriores tentou encontrar uma afinação que harmonizasse, na medida do possível, as características da Hilux T1+ com as do traçado da prova.
“Conseguimos encontrar um setup que atenuasse os efeitos do rooling, mas ainda não consegui vencê-lo de todo. Mantive sempre contacto com a Overdrive, eles congratularam-se com o trabalho que desenvolvemos, mas disseram-nos que eu não conseguia ir mais longe até receber molas com mais carga”.
Para João Ramos, ainda é demasiado cedo para dizer se valeu a pena apostar na nova Toyota Hilux T1+ no CPTT, porque há também outras incógnitas no horizonte…
“Como já referi, sei qual o trabalho a fazer na Hilux T1+, mas também desconheço o que poderei encontrar pela frente nas próximas provas. Oxalá os organizadores acompanhem a evolução do TT e apresentem percursos adequados a estes carros, pois é evidente a sua espetacularidade e desse modo teremos mais retorno e mais público nas provas. Portanto, espero bem que não se fechem em guetos, em vez de evoluírem os percursos das provas. Com estes carros, andar em 2ª e 3ª velocidade por estradas estreitas é arruinar as mecânicas, por isso estou na expetativa. Ainda agora em Beja o diretor da espanhola Baja Extremadura garantiu-me que nos reconhecimentos da prova está a utilizar na sua pickup uma vara com dois metros e meio na dianteira para assegurar que o traçado nunca terá largura inferior a esse valor. Tenho algum receio do que possa vir aí, mas vamos aguardar…”.
O Campeonato de Portugal de Todo-o-Terreno AM|48 vai prosseguir em Espanha, nos próximos dias 15 e 16 de abril, com a Baja TT Dehesa Extremadura, prova da Taça do Mundo FIA de TT.