A dupla João Ramos/Pedro Ré não foi particularmente feliz na Baja Dehesa Extremadura, já que se viu forçada a desistir no segundo dia, na sequência do ligeiro toque num muro que provocou danos no triângulo da suspensão da Toyota Hilux T1+ da Toyota Gazoo Racing Caetano Portugal. “São circunstâncias das corridas, mas tal aconteceu quando eu já havia superado o stress resultante de uma prova mal marcada, com um mau roadbook, de comissários mal qualificados e sofrer um furo. Depois destes episódios estava já a impor um ritmo muito forte, apanhando o pó do Lourenço Rosa. Isso significa que recuperava tempo, mas infelizmente numa zona apertada, entre muros, a traseira da Hilux bateu ligeiramente do lado esquerdo, projetando o carro para o lado direto e com o impacto o triângulo da suspensão ficou danificado”, explicou Ramos, na hora de fazer o balanço da sua participação na segunda prova do Campeonato de Portugal de Todo-o-Terreno AM|48 (CPTT), que decorreu na região de Badajoz, em Espanha.
“Desisti no meu melhor momento, a nível de ritmo, o que me deixou bastante triste. Sabia que depois do furo nunca iria ganhar a prova do CPTT, mas tinha possibilidades de terminar em terceiro, o que seria muito bom. Enfim, perdemos essa oportunidade e também de pontuar no Europeu, embora neste último caso, e em termos de futuro, possa excluir uma pontuação em ambos os campeonatos”, acrescentou o piloto da Toyota Gazoo Racing Caetano Portugal que não ficou nada agradado com o trabalho da organização da prova espanhola.
“Nunca imaginei, e isto nada tem a ver com a minha desistência, que os organizadores espanhóis cometessem tantos erros, designadamente nos controlos, ao escreverem mal as horas corretas. Com isto sucederam-se as penalizações e pelo que sei a classificação oficial apenas estará disponível na quarta feira [19 abril]. Mesmo a marcação do percurso deixava muitas dúvidas e era algo confusa. Em Portugal, uma organização assim dificilmente poderia continuar no campeonato em 2024…”, vincou João Ramos.
Em relação ao futuro, salienta que vai continuar a fazer testes com a Toyota Hilux T1+ para evoluir o seu desempenho: “Já procedemos a alguns melhoramentos utilizando molas mais duras, para tornar a Hilux mais estável, mas iremos fazer mais quilómetros para adaptá-la ao tipo de provas que temos pela frente. Cheguei, no domingo, a pensar fazer o terceiro dia desta Baja Extremadura em ‘modo teste’, mas perante uma organização com tantas falhas decidi que não valia a penas expor-me a situações de risco desnecessário, até porque, face ao que vi e senti no sábado, não ia andar confiante e tranquilo e pensar na evolução do carro”.
A próxima prova do Campeonato de Portugal de Todo-o-Terreno AM|48 será a Baja TT Norte de Portugal (5/6 maio), a decorrer na região transmontana de Murça e concelhos limítrofes.